quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

SONHOS SÃO

Sonhos são partículas de desejos reprimidos, tão perfeitamente camuflados que nós mesmos não os conseguimos reconhecer.
Tinha o sonho de ser letra.
Tinha o sonho de ser música.
Tinha o sonho de ser poema.
Tinha o sonho de ser inspiração.
Já sonhei ser Cristina para caber numa canção.
Já sonhei ser rima, já sonhei compor refrão.
Já sonhei parar o tempo, mas isso é problema sem solução. O tempo é infinito enquanto tempo para o tempo. Para os mortais dura o curto prazo de uma vida. Por mais que nos iludamos que se atrase, ele jamais para. E lá se vai o tempo em sua correria histérica e com ele leva os sonhos que se dissipam.
A idade foi se aproximando sorrateira.
Não fui letra.
Não fui música. Tão pouco fui poema ou inspiração.
Não fui Cristina. Não fiz parte de refrão.
Não fui assobio destoado, muito menos uma bela canção.
Aqui se findam os simples sonhos que para terem se realizado precisavam apenas de alguém com coração.
Tudo o que consegui foi ser número sem efetiva definição.
Fui apenas mais uma vagando por um caminho enfadonho, na mais completa escuridão.
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Fabiana Telaroli

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